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Ansiedade no trabalho: ninguém fala, mas quase todo mundo sente

  • Foto do escritor: godoijessica
    godoijessica
  • 5 de jun.
  • 3 min de leitura
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A ansiedade não está restrita aos ataques de pânico ou à insônia antes de um grande projeto. No ambiente de trabalho, ela costuma se disfarçar de zelo, produtividade, “perfil perfeccionista”... e por isso, muitas vezes, passa despercebida.

Neste artigo, trago reflexões práticas sobre como a ansiedade se manifesta no contexto corporativo e o que podemos fazer para lidar com ela de forma mais saudável.



1) 5 comportamentos ansiosos que parecem "normais" no trabalho – mas não são

Você:

  • Ensaia várias vezes antes de falar em uma reunião?

  • Revisa e-mails simples diversas vezes com medo de errar?

  • Sente culpa depois de se posicionar?

  • Cancela compromissos profissionais por insegurança?

  • Fica exausto após uma interação social aparentemente simples?


Esses comportamentos são comuns, mas não normais. Eles refletem formas disfarçadas de ansiedade que vão drenando a energia emocional ao longo do tempo.

No ambiente corporativo, a ansiedade raramente aparece como crise. Ela se infiltra nos detalhes. E isso desgasta a saúde emocional aos poucos.

👉 Observar esses sinais é o primeiro passo. Lidar com eles com consciência e apoio, o segundo.


2) A ansiedade mente — e muitas vezes acreditamos. Principalmente no trabalho.


A ansiedade tem um discurso muito convincente, principalmente no ambiente profissional.


Algumas frases comuns que ela “sussurra” internamente:

  • “Se você não for perfeito, vão te achar incompetente.”

  • “Melhor nem tentar, você vai se expor.”

  • “Todo mundo está te julgando agora.”

  • “Você precisa dar conta de tudo, sempre.”


E o problema é que, quando acreditamos nessas vozes, elas viram regras silenciosas de comportamento. Evitamos oportunidades, nos culpamos por descansar, trabalhamos dobrado para provar valor.

💡 Como psicóloga, costumo dizer: nem todo pensamento é verdade. É preciso aprender a observar a mente sem obedecê-la cegamente. 3) 3 estratégias simples para lidar com a ansiedade durante o expediente

Nem toda ferramenta para reduzir a ansiedade precisa ser profunda ou complicada. Algumas atitudes simples ajudam muito a quebrar o ciclo ansioso, mesmo em dias corridos:

🔹 1. Pausa com movimento (5 minutos)

Levantar, alongar os ombros, respirar fundo. O corpo se move e o cérebro se reorganiza.

🔹 2. Rabisco consciente

Papel e caneta na mão. Rabiscar livremente enquanto escuta uma música leve ajuda a acalmar o ruído mental e recuperar o foco.

🔹 3. Contato com o presente (exercício de grounding)


Olhe ao redor e nomeie:3 coisas que você vê,2 que você ouve,1 que você sente (tátil ou emocionalmente).

São estratégias simples, mas muito efetivas. Elas fazem parte das técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), adaptadas ao cotidiano profissional.


4) Mexer o corpo é uma das formas mais eficazes de acalmar a mente. E poucas empresas falam sobre isso.


A ansiedade afeta mais do que o emocional. Ela compromete:

  • A clareza para tomar decisões;

  • O foco nas tarefas;

  • A convivência com a equipe;

  • A capacidade de inovar e se posicionar.


E o corpo é uma ferramenta poderosa para regular tudo isso.


O que o movimento faz:

🧠 Libera endorfinas, que promovem bem-estar 🫀 Reduz o cortisol, hormônio ligado ao estresse 🧘 Melhora a regulação emocional e o foco


Você não precisa virar atleta. Comece com o que for possível:

  • Caminhar antes do trabalho

  • Alongar-se ao sair da cadeira

  • Colocar uma música leve e se movimentar um pouco


Se você é colaborador, essas pausas são um presente que você pode (e deve) se dar.Se é gestor ou RH, incentive uma cultura que respeite o ritmo humano. Isso impacta diretamente o desempenho coletivo.


Conclusão: falar de ansiedade no trabalho é parte do cuidado com as pessoas

A ansiedade é comum, mas não precisa ser ignorada ou normalizada. O ambiente corporativo tem muito a ganhar quando se abre espaço para conversas francas, ferramentas acessíveis e atitudes conscientes.

Falar sobre saúde mental no trabalho é falar de produtividade, engajamento, retenção e inovação.


É cuidar de pessoas... e empresas são feitas por elas.


 
 
 
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